Duda Santos, a Maria Santa de ‘Renascer’, diz ter traumas por conta de racismo: ‘Me chamavam de macaca’

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Quem vê Duda Santos brilhando como protagonista de “Renascer” não imagina os momentos difíceis pelos quais passou em sua trajetória. Cria da comunidade do Ipase, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio, a atriz de 22 anos teve pai ausente e se viu obrigada a se afastar da mãe para não morrer de fome. Além de toda a dificuldade, ela ainda teve que enfrentar o preconceito na época em que estudava, na adolescência, período que a traumatizou.

Veja fotos de Duda Santos, a Maria Santa de ‘Renascer’

Maria Santa (Duda Santos) em 'Renascer' — Foto: Fábio Rocha/ Rede Globo/ Divulgação
Maria Santa (Duda Santos) em 'Renascer' — Foto: Fábio Rocha/ Rede Globo/ Divulgação
Maria Santa (Duda Santos) em 'Renascer' — Foto: Fábio Rocha/ Rede Globo/ Divulgação

Fotos de Duda Santos, a Maria Santa de ‘Renascer’

— Até hoje consigo sentir o racismo dos tempos de escola, ele ainda existe e é muito latente. Nada em mim era bonito aos olhos da sociedade, eu acabei acreditando nisso. Tinha sempre uma questão com meu cabelo, com comentários do tipo “Ah, você não pode falar isso porque você é preta”. Me chamavam de macaca, falavam que tinha o cabelo Bombril, que minha boca era grande, como um bocão de manga. Minha primeira escola particular foi um pesadelo, era difícil ter amigas. Lembro que eu coloquei trança na tentativa de amenizar o racismo — conta a atriz.

Na novela, sua personagem, Maria Santa, se casou com José Inocêncio após o produtor de cacau se apaixonar perdidamente pela mocinha. Na vida real, Duda foi preterida por meninos por conta de sua cor de pele.

— Demorei a beijar na boca porque os meninos preferiam beijar as brancas de cabelão e eu nunca era a escolhida. As coisas só começaram a melhorar quando virei modelo, aos 16, na comunidade em que eu morava. Foram anos até eu gostar de me olhar no espelho. Me sinto uma mulher bonita. Estou em paz com a minha imagem — diz a candomblecista, que assim como a católica Maria Santa, é uma pessoa de fé: — Sempre fui. Para tudo eu rezava. Eu não sei dormir sem rezar. A vida me ensinou a ser muito forte para me proteger. Acabei crescendo uma menina pouco disponível para o amor, com o hábito de esconder muito quem eu era. O meu renascimento foi entender que eu posso sentir, amar, ser amada, chorar, me desesperar… Sou uma menina de 22 anos entendendo a vida agora, não sou obrigada a saber tudo.

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