A Procuradoria-Geral da República solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de um inquérito para investigar o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por suspeita de desvios de contratos da Fundação Leão XIII. Procurado, Castro negou qualquer irregularidade.
A PGR diz que o seu pedido de investigação é baseado em depoimentos do delator Marcus Vinícius Azevedo, ex-assessor de Cláudio Castro, que relatou supostos repasses de propina ao político quando ocupou os cargos de vereador e de vice-governador. Em sua manifestação, a Procuradoria não detalha quais provas foram apresentadas e ressalta que os elementos apresentados pelo delator “ainda necessitam de outras diligências aptas a corroborar” a participação do político nas supostas irregularidades apontadas.
Em nota, Castro diz que “lamenta que fatos antigos sejam requentados e reitera que confia na Justiça, para que a situação seja esclarecida o mais rápido possível” e que “o delator foi interpelado criminalmente por calúnia e difamação, já que as afirmações não condizem com a realidade”. Além disso, reitera que “entrou com um pedido de nulidade da delação, por irregularidades na denúncia”.
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico dos Santos, responsável pelo pedido de abertura de inquérito envolvendo Castro, aponta indícios de que os supostos crimes teriam continuado a ocorrer mesmo depois que o político assumiu o cargo de governador do Rio.
“Os crimes de pertencimento a organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro foram supostamente praticados por Cláudio Castro quando ele assumiu o cargo de Vereador e continuou após sua posse no cargo de Vice-Governador. O modo de execução dos crimes, a forma com que a organização criminosa se instalou nas administrações Estadual e Municipal e a continuidade delitiva durante lapso de tempo considerável permitem juízo preliminar de que os crimes continuaram mesmo durante o exercício do novo cargo de Governador do Estado do Rio de Janeiro”, escreveu a PGR.
Por causa dessa suspeita, a PGR afirma que a investigação deve tramitar perante o STJ, já que vai apurar fatos durante o mandato de Cláudio Castro como governador do Rio. O pedido de abertura do inquérito foi apresentado no último dia 28 de novembro ao ministro do STJ Raul Araújo, relator do caso. O magistrado ainda não proferiu decisão.