O comerciante e lutador de jiu-jítsu Fábio Gabriel de Lima Cipriano, de 39 anos, foi preso por agentes da 12ª DP (Copacabana) na tarde desta segunda-feira. Ele é suspeito de torturar e tentar estuprar a companheira. Segundo a Polícia Civil, o homem também teria provocado um aborto das crianças que a mulher esperava. Os crimes aconteceram na casa de Fábio, no Morro da Babilônia, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
A prisão do suspeito foi realizada por meio de uma operação conjunta com a Polícia Militar. Agentes da UPP Babilônia apoiaram a ação. O homem foi encontrado no Hospital municipal Miguel Couto, no Leblon. Contra ele havia um mandado de prisão preventiva expedido pelo Cartório do I Juizado Violência Doméstica Familiar.
A vítima, de 25 anos, tinha um relacionamento com o suspeito havia cerca de um ano. Em um dos registros de ocorrência feitos por ela, a mulher relatou ter sido agredida por ele cinco vezes e que, em uma das violências sofridas, perdeu os trigêmeos que esperava.
Segundo a vítima, Fábio a socou diversas vezes por todo o corpo, além de tê-la chutado e enforcado até fazê-la perder os sentidos. Além disso, ela também relatou ter sido amarrada pelo ex-companheiro e que, quando retomou a consciência, percebeu estar nua. Ela, no entanto, não soube dizer se foi vítima de violência sexual.
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‘Violência velada’
Uma das testemunhas ouvidas pela polícia afirma que Fábio agredia a namorada de forma “velada”. Segundo ela, as violências contra a mulher eram praticadas sempre no interior da casa do suspeito, onde não havia quem visse os golpes. A testemunha contou também que o lutador é uma pessoa “mascarada” e que demonstra ser muito sociável.
Apesar disso, a vítima já teria relatado à testemunha ter sido alvo de diversos socos e chutes por parte do ex-namorado.
Aborto e nova tentativa
Em depoimento, a vítima contou que foi em julho deste ano que perdeu seus bebês. As crianças eram fruto de seu relacionamento com Fábio. Em novembro, quando estava novamente grávida do suspeito, ela foi novamente agredida e resolveu, então, procurar pela polícia.
O namoro dos dois começou em outubro de 2022. De acordo com a vítima, Fábio é usuário de drogas, álcool e possui uma arma de pressão em casa.
Ainda à polícia, a mulher relatou que, por morar na mesma comunidade que o suspeito, sabia que o seu relacionamento anterior também havia sido pautado em violência. A vítima, no entanto, disse ter acreditado que seria diferente com ela.
Segundo a vítima, na primeira gravidez — descoberta em fevereiro —, na qual esperava trigêmeos, Fábio chegou a acompanhá-la na primeira ultrassonografia. Após isso, porém, passou a dizer que a mulher estava “maluca” e que a gravidez era psicológica.
Vergonha dos hematomas
A mulher alegou ainda ter vergonha dos hematomas causados por Fábio e que, por este motivo, ficava em sua casa após alguns episódios de agressões. A vítima também afirmou ser ameaçada para mentir sobre as lesões pelo seu corpo.
Na última briga do casal, na qual foi novamente agredida, a mulher conta que chegou a ser trancada em um quarto e que, na ocasião, Fábio estava em posse de um facão e dizia que iria matá-la.
Como denunciar um caso de violência doméstica
Ao conhecer qualquer situação de violência contra a mulher, é dever de todos, especialmente daqueles que acompanham de perto o sofrimento da vítima, denunciar. Isso pode ser feito por diversos canais gratuitos que funcionam 24 horas por dia:
- Ligue 180: esse é o número da Central de Atendimento à Mulher;
- Ligue 190: se for um caso de emergência, ligue para a polícia;
- Ligue 197: para registrar a ocorrência em uma delegacia de polícia, de preferência nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam);
- Ligue 1746: A Central 1746 é um serviço da Prefeitura do Rio que recebe notificações de casos de assédio e agressões na cidade;
- Aplicativo Clique 180;
- Whatsapp do Ligue 180: (61) 99656-5008.